Com a proposta de desenvolver um novo modelo computacional, de simulação dinâmica e em tempo real, da dispersão de poluentes na atmosfera por parte de uma fonte emissora fixa (termelétrica) em uma região próxima à costa, o Projeto de Avaliação de Dispersão Atmosférica trouxe à Linhares uma equipe de professores pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal de Santa Maria (RS) juntamente com seus alunos da graduação, mestrado e doutorado.
O trabalho, financiado pela Linhares Geração, durou um período de 60 meses. “O resultado foi o desenvolvimento de um software que utiliza uma metodologia de análise dinâmica da dispersão de poluentes, obtida
a partir de um denso estudo dos reais impactos ambientais eventualmente causados pela usina, bem como da caracterização detalhada do micro-clima em regiões costeiras de todo o hemisfério sul – uma pesquisa inédita até então”, destaca o gerente de planejamento operacional da LGSA, Carlos Sena. O gerente conta ainda que, por conta da sua importância, o estudo foi muito bem recebido em congressos, seminários e publicações internacionais.
Sena esclarece também que o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento é uma obrigação regulatória estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para os agentes concessionários e autorizados do setor elétrico. “No caso da LGSA, 0,4% da receita operacional líquida anual da empresa deve ser investido em projetos próprios de pesquisa coordenados pela instituição, enquanto que outros 0,6% desse montante são recolhidos à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) para fomento de pesquisa de interesse governamental e financiamento de instituições e autarquias federais, tais como a Empresa de Pesquisa e Energia (EPE).”, explicou o gerente da termelétrica de Linhares.
Para viabilizar a caracterização do micro-clima costeiro, a equipe de pesquisadores implantou uma torre meteorológica com 140 metros de altura e 7 níveis de medição, o que, até então, nunca tinha sido realizado no país nesta altura e nível de detalhe. Carlos Sena explica ainda que, além disso, para a validação do modelo computacional criado, foram instaladas 2 estações de monitoramento da qualidade do ar atmosférico. Tais estações são decorrente de condicionante ambiental, exigência do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) à Usina Termelétrica Luiz Oscar Rodrigues de Melo.
A partir dos resultados desse projeto, a Linhares Geração S.A. espera ter contribuído para o aprofundamento do conhecimento ambiental dos reais impactos causados por uma termelétrica no micro-clima de seu entorno, possibilitando aos órgãos ambientais de controle e regulação uma atuação mais efetiva e direcionada à mitigação de tais efeitos, evitando, com isso, inviabilizar ou onerar indevidamente os empreendimentos.